O filme Fahrenheit
451 é uma adaptação para o cinema, do diretor francês François Truffaut (1932-1984),
de uma das obras mais famosas do escritor norte-americano Ray Douglas Bradbury (1920-2012),
autor de vários contos e crônicas e considerado por muitos como o mestre da
ficção científica.
O filme
retrata uma sociedade futurista a temporal onde os livros são considerados como
objetos pejorativos e ultrajantes, sendo assim se constituem como uma ameaça
perigosa à sociedade e por este motivo a leitura dos mesmos são proibidas. Contudo, o ponto mais interessante do filme é a trajetória de transformação emancipadora vivenciada pelo
personagem Montag, por meio da leitura.
No início, ele é considerado apenas como
um bombeiro integro, e leal à sua corporação, e por isto mesmo com uma carreira
promissora naquela instituição. Contudo, ao longo da trama, Montag após ter
contato com a personagem Clarisse (uma jovem leitora), ele é desafiado/instigado
por meio da pergunta: por que? E a partir daí começa a repensar toda sua realidade. Sua trajetória com a leitura começa e seus conflitos existenciais também. Desta forma ele termina refugiado em
outra sociedade, uma espécie de realidade paralela.
Nessa outra realidade, existe uma espécie de sociedade dos
livros vivos, pois neste local cada pessoa é responsável por memorizar um livro
e assim permitir que as futuras gerações tenham acesso aos grandes clássicos
produzidos pela humanidade até então. Neste ponto, vemos ser problematizado no
filme a questão da escrita e da oralidade; e o quanto esta última é importante
no processo de resgate e preservação da memória de um povo, principalmente em
uma sociedade/cultura em que a leitura é proibida, quase inexistente e ou escassa.
As principais
problematizações que somos instigados a realizar por meio do filme, giram em torno
das questões relativas à mídia e a nossa leitura crítica do mundo. No filme, a
TV é a principal vilã. É ela, a responsável pela alienação daquela sociedade. Outro
ponto, bem explorado no filme pelo diretor, François
Truffaut (1932-1984), é a figura do leitor. No filme, ela é depreciada ao
máximo por aquela sociedade. Estando sempre associada com as pessoas estranhas,
excluídas e anti-sociais. Deste modo, ao mesmo tempo em que estamos assistindo um filme
em que a sociedade/mundo/cultura retratada parece muito estranha a nós, vamos
também nos familiarizando com aquela realidade e percebendo os quão próximos
estamos enquanto sociedade e indivíduos daquela distopia.
Um filme provocante e disparador! Nos faz repensar nossas atitudes enquanto indivíduos na sociedade. Vale muito à pena
assistir! E se você gastar do filme certamente gostará ainda mais do livro.
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