quarta-feira, 11 de março de 2015

VAMOS BRINCAR? O JOGO É ASSIM...


A professora falou para Joãozinho:
- Joãozinho, a brincadeira é a seguinte: Eu aponto e você responde me dizendo o que é. 
- Fácil, muito fácil. Respondeu João.

A professora apontou para a mesa e perguntou:
- O que é isto Joãozinho?
- Mesa, professora!
A professora disse: Não é mesa Joãozinho. É informação!
Tá bom, disse Joãozinho.
... e passaram-se muitos dias. 

E de novo a professora perguntou, apontado para a cadeira.
- O que é isso João?
- Cadeira, professora.
Já disse que não é mesa, nem cadeira. São informações.
E Joãozinho que não era bobo, apenas sorriu. Desmonstrando desta vez ter compreendido a regra do jogo. E a professora acrescentou:
- Agora que já entendeu esta parte, vamos para próxima. Valore bastante esta informação, faça um embrulho bem bonito para ela. Depois, produza no outro a necessidade desta informação e não de outra, esta é a informação que seu cliente precisa e quer. Agora venda esta informação pelo preço que quiser.

... e lá se foram 4 anos assim. 
Joãozinho entendeu as regras do jogo e acertava todas. E foi considerado o melhor aluno da classe.

No último dia do jogo, Joãozinho querendo ser sociável, levou um belo embrulho para professora, era um presente. E ela perguntou:
- O que é isto Joãozinho? 
Ele disse:
- Informação.

Muitos anos se passaram depois do ocorrido. Contudo, reza a lenda que a professora nunca abriu o embrulho. Demonstrando que no fundo no fundo, até ela tinha dúvidas em relação aos modos valorativos da brincadeira.



segunda-feira, 2 de março de 2015

#PraQuemIndico 2: A GRANDE FÁBRICA DE PALAVRAS




Imaginem um lugar onde as palavras NÃO precisam ser pensadas para serem pronunciadas... (qualquer semelhança com o lugar onde você está é mera coincidência rsrsr). Neste estranho país, ao invés, as palavras precisam ser compradas, engolidas para depois proferidas/pronunciadas. Devido ao poder de compra, as palavras neste país não são banalizadas! (pois, as mais úteis e mais importantes são também as mais caras). Contudo, há algo de terrível neste lugar. A grande fábrica de palavras trabalha sem parar, porém nem todos têm dinheiro para comprar as palavras das quais mais precisam. E isto, obriga necessariamente a uma divisão entre os habitantes deste estranho lugar.


... Uns falam mais do que outros, neste país onde sai caro falar. Os mais pobres catam palavras no lixo, mais como elas precisam ser engolidas para depois pronunciadas, muitas acabam por não serem aproveitadas.

(Eu acho que os moradores deste lugar inventaram/desenvolveram para eles inúmeras maneiras criativas de se comunicarem! Os gestos, as expressões faciais e o contado físico, neste lugar, certamente possui um valor de importância que nós, acostumados a esbanjar palavras desnecessariamente, jamais poderíamos imaginar)


Mais o fato é que todos neste país aguardam a chegada da primavera! Nesta época a grande fábrica de palavras trabalha a todo vapor e os estabelecimentos comerciais fazem inúmeras promoções de palavras. É nesta época, que a grande maioria pode falar, porém, é um desafio encontrar palavras que sejam realmente úteis e relevantes. O que fazer com aquelas palavras que utilizamos na vida pouquíssimas vezes? Aquelas do tipo... ventríloco, por exemplo? (Ah, as crianças nesta época do ano são um espetáculo a parte! Com suas redinhas de apanhar borboletas vão para as janelas tentar pegar as palavras que voam pelas chaminés da grande fábrica!)


É claro que para esta história terminar perfeita, entre uma palavra e outra, aparece uma linda história de amor. Que por alguns momentos imaginamos que jamais daria certo devido a grande escassez de palavras. Contudo, é com uma palavra comum e extremamente insignificante fora do seu contexto que termina esta belíssima obra infantil. Infantil?
Vale muito a pena ler, as ilustrações são um espetáculo a parte!


LEIA PARA UMA CRIANÇA.:) 



sábado, 21 de fevereiro de 2015

EM MEIO A GUERRA A INFORMAÇÃO PODERIA SE TORNAR UMA ESPIÃ INVISÍVEL?




No semestre passado, primeiro período do curso de Biblioteconomia, tivemos uma disciplina intitulada TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO, e a professora foi brilhante em seu ofício! (apesar da falta de didática rsrs). As aulas foram divididas entre teóricas e práticas, e as aulas em laboratório foram bem produtivas, apesar de nós os alunos. Tivemos contato com o PLONE, um sistema de gerenciamento de conteúdo, extremamente eficiente e funcional para a construção de portais de informação. Um sistema razoavelmente fácil de usar, adaptável em praticamente a qualquer hardware e o melhor, um software livre!

... mas no entanto, o que me traz aqui é a seguinte questão: O TEMPO E A INFORMAÇÃO: QUAL O PREÇO VOCÊ PAGARIA PARA ACESSAR SUA INFORMAÇÃO DESEJADA? E O QUE VOCÊ FARIA PARA TER ACESSO A ESTA INFORMAÇÃO PRIVILEGIADA? É claro que elaborei a pergunta de modo valorativo para provocar. Contudo quando se trata de informação e dizem que vivemos na era da informação e em uma sociedade em redes. E é claro que eu me pergunto: em redes para quem? Pois no meu mundo existe sim hierarquias... vale a pena provocar. 

E para pensarmos um pouco proponho um nome: ALAN TURING, afinal foram seis meses de segunda a sexta, ouvindo este nome de modo quase que ininterruptos nas aulas de Tecnologia da Informação. Não tinha jeito, em praticamente todos os artigos e todas as aulas da disciplina o nome dele estava lá. Um jovem matemático lógico e Britânico, considerando por quase todos da CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO, (lembrando que nestes casos sempre há controvérsias, é a velha intriga da oposição dos invejosos na academia e blá... blá... blá!) o pioneiro da/na INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL. AS MÁQUINAS PENSAM? Acho, que era assim mesmo que o desafiavam. O senso comum, costuma quando confrontado ser bem debochado. E ele, acho que respondia: Talvez não como nós, mas isto não quer dizer que não pensem. Ou que pensem de modo pior que a nós.

Enfim, por causa da correria do dia-a-dia dos calendários letivos dos semestres, (pois paralelamente ao primeiro de biblio estava também cursando uma complementação pedagógica e uma disciplina como aluna especial do programa de pós-graduação em filosofia) acabei por não me dedicar à disciplina como deveria. Contudo, hoje ao ser surpreendida positivamente pelo meu sobrinho a assistir este filme: O JOGO DA IMITAÇÃO me emocionei. E trouxe a memória muito do que li naqueles artigos que eu juro, não entendia bolufulas de nada (rsrsr). 

Deixo o trailer para vocês, certa de que com certeza se emocionarão também! ALAN TURING, um gênio, que segundo indica o filme, (eu não sabia deste detalhe) se suicidou... penso que por não conseguir dar conta desta sociedade hipócrita. Ah, você não gosta de homossexuais? Sugiro que desligue seu PC agora seu idiota! Saiba de uma: a história dos nossos modernos computadores atuais, passam necessariamente pela dedicação deste jovem. ALAN TURING - 1912-1954, pois "às vezes, aqueles de quem menos esperamos... fazem coisas que ninguém imaginou". (frase do roteirista que me deixou encafifada...). Acho que vocês se surpreenderão ao perceberem como nem sempre um pedido de perdão pode mudar o que a INFORMAÇÃO decretou e a HISTÓRIA registrou. Vale muito a pena assistir!

Compre o DVD pelo link abaixo e contribua para o crescimento deste canal :)
O jogo da imitação

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

SOBRE A POLÊMICA ENVOLVENDO MAIS UMA VEZ A CAMPEÃ DO CARNAVAL CARIOCA 2015

COMO ESCREVER ACADEMICAMENTE UM TEXTO DE OPINIÃO? EXATAMENTE; SEI NÃO.
CONTUDO AINDA ASSIM, QUERO DEIXAR REGISTRADA MINHA OPINIÃO.



“Três olhares" (levando-se aqui em consideração o número de escolas dos grupo especial que trouxeram a temática relativa a África para avenida. Temática aliás, que é recorrente estrategicamente pensando no possível título, todos que gostam de assistir os desfilem sabem disso... NÃO SEJAMOS INOCENTES...) sobre a África - e ou parte dela - no carnaval carioca 2015. Um desses olhares venceu, com um desfile belíssimo por sinal. Agora vêem as implicações históricas-políticas-ideólogicas-socias do samba-enredo que foi levado para a avenida. Enquanto folião/foliã, e por razões estéticas, preciso dizer: foi lindoooooooooo ver cada detalhe dos adereços das fantasias luxuosas da campeã!

 “Mas foram pagas com um dinheiro de um ditador!”... Oras o que há de diferente em relação aos outros anos, senão que desta fez... mais uma vez, o artístico e o lúdico no carnaval servil para reforçar negativamente a questão dos direitos humanos em relação aos negros e as complexas representações sociais que os brasileiros ainda alimentam com seus preconceitos? Ah, então vc está dizendo que em nome do artístico no carnaval vale tudo? Não, assim como também não acho que no humor valia tudo. Contudo, me posiciono (enquanto foliã) no sentido de que ACHO (isto não quer dizer que é) uma estupidez e imbecilidade terrível apenas aderir ao discurso dos direitos humanos da negritude – DISCURSO LEGÍTIMO E MAIS QUE URGENTE! – em um comentário nas redes sociais, enquanto se continua totalmente, e, ao mesmo tempo vivendo de modo radicalmente preconceituoso nas relações diárias da vida. 

Parafraseando Jean Wyllyns: em texto publicado em sua página social: https://www.facebook.com/jean.wyllys?pnref=story ...ainda se continua bebendo as cervejas e refrigerantes fabricados pelas grandes multinacionais, vestindo as fantasias made in china e utilizando os mais modernos dispositivos das “TICS” para compartilhar e publicar tudo lindamente aqui no facebook, esta lindeza de rede social. (onde todos são, parece, muitíssimos bem informados!)

Na boa! Se a crítica não é integral, no sentido de trazer, ou ao menos TENTAR trazer para a prática das nossas vivências diárias ao máximo o que tanto defendemos IDEOLOGICAMENTE, é “fake”. Representação caricaturata, não crítica. E perverso, pois neste caso, puro moralismo mascarado, disfarçando-se mais uma vez. E desta, apelando para as lutas de causas digníssimas e importantes.

Contudo, enquanto pessoa/(cidadã?), entre as três escolas, em relação a mensagem político-ideológica exibida na avenida, fico com a mensagem contra o preconceito em favor da liberdade. Esmagou a campeã carioca. Contudo, será que não poderíamos voltar para a dama os mesmos critérios que vem sendo utilizados em relação ao patrocínio da campeã? Quem procura sempre acha, dizem. 

... E só pra constar a escola responsável pelo "terceiro olhar", além de ter sido prejudicada em relação a transmissão global, ainda foi rebaixada para o grupo de acesso :(

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

O CONCEITO DE COMPAIXÃO EM NIETZSCHE: UMA MOSTRA DA HEURÍSTICA-CRIATIVA E PERFORMATIVIDADE DO AUTOR E A RECEPÇÃO/PERCEPÇÕES QUE ESTE ESTILO DE VIDA SUSCITA EM SEUS LEITORES

GALERINHA MÊS DE DEZEMBRO ESTIVE AUSENTE DEVIDO AS CORRERIAS DE FIM DE SEMESTRE, CONTUDO VALEU A PENA. SEGUE ABAIXO O REGISTRO POR ESCRITO DA MINHA PRIMEIRA COMUNICAÇÃO. FOI MASSA, VALEU JOÃO!

(COMUNICAÇÃO PROFERIDA NO II SIMPÓSIO DO MESTRADO EM CIÊNCIAS DAS RELIGIÕES, DA FACULDADE UNIDA DE VITÓRIA)


CONSIDERAÇÕES INICIAIS

     Segundo Inês Lacerda Araújo, professora do departamento de Filosofia da PUCPR, deste o fim do século XIX, quando o tema da linguagem se tornou objeto de preocupação na filosofia, o mesmo vem sendo considerado nas seguintes dimensões: signo, proposição, ato de fala e discurso. E segundo a autora, estas dimensões embora separadas para fins de análise, na prática da linguagem elas se articulam não sendo possível isolar umas das outras. É desta maneira que a autora trabalha em seus textos com a hipótese de que subjetividade e linguagem não são excludentes e que, portanto, quando o nosso pensamento se volta para um destes objetos, o outro não pode estar ausente/afastado, (ARAÚJO, 2004/2007), pois

[...] é num mundo permeado de signos, interpretado por signos, “semiotizado” pela linguagem e objetivado por atos de fala que pessoas [...] se comunicam e têm em vista certos propósitos, em função dos quais agem, argumentam, valoram, produzem saber, cultura. [...] (ARAÚJO, 2007, p. 102)

Deste modo, trazemos estas considerações iniciais a fim de refletirmos, conforme trabalhamos em nosso artigo, no sentido de que há na escrita nietzschiana um modo muito próprio e particular de ser-existir Nietzsche no mundo e para o mundo. E que, portanto, sua escrita se constitui como uma expressão de sua subjetividade, ou seja, a materialidade dos seus processos/modos de subjetivação e que dizem respeito à criação de modo de existência e de estilo de vida. Desta maneira, por meio de um modo heurístico-performático-criativo de escrever, Nietzsche suscita questionamentos em seus leitores que foram gestados por meio de suas vivências e experiências existenciais. Uma heurística performática, porque há performatividade aí, contudo há uma heurística da criação, que parte do autor ao leitor e do leitor ao autor, em um movimento circular. Assim, ao pensar a escrita nietzschiana como sendo uma expressão/tentativa heurístico-performática-crativa de superação das próprias limitações da linguagem. Uma escrita arte. Um modo de expressão de sua subjetividade por meio da linguagem escrita, como resultado de um processo/experiências. Um modo de comunicar-se e colocar-se no mundo não podemos desconsiderar a receptividade que esta comunicação de vivências internas cheia de performatividade estilística desperta em seus leitores.

O CONCEITO DE COMPAIXÃO NA ESCRITA NIETZSCHIANA: HEURÍSTICA-CRIATIVA E PERFORMATIVIDADE

Sustentamos deste modo, em nosso artigo, que o conceito de compaixão é exposto nos textos de Nietzsche de modo hiperbolicamente agressivo e que o mesmo é pensando em confronto direto, com aquele que ele mesmo classificou como seu mestre[1], Schopenhauer, contudo consideramos também, que não podemos apenas falar de uma intertextualidade, e/ou relação de oposição entre textos filosóficos divergentes, pois sustentamos que na escrita nietzschiana é o ato de posicionar-se na vida que grita. E não é apenas um grito de refutação na busca pela vontade de poder, e/ou uma ideologia de classes, mas, é o filósofo/filólogo de formação religiosa judaico-cristã descobrindo genealogicamente os conceitos. Fazendo questão de ao re-colocar não apenas recorrer a uma relembrança de alguém, mas, aqui, o que se quer é descobrir e não descrever novamente o que já foi dito por alguém; pois não é a compaixão o seu problema maior, apesar de ser esta também um problema para Nietzsche, contudo, é a moral e o valor da moral enquanto problema que envolve o ato de compadecer-se que lhe interessa e está em questão.

Deste modo, mostramos no artigo que a formulação do conceito de compaixão para estes dois filósofos têm como base uma perspectiva antropológica, pois é a partir do modo como ambos percebem as relações humanas que o conceito é formulado e trabalhado. Para Schopenhauer “é especificamente o sofrimento dos outros que faz com que os homens se comovam”, ou seja, na moral da compaixão schopenhaueriana deve-se levar em consideração o sofrimento do outro, há aqui a questão da “identificação interpessoal humana”, do identificar-se com o outro e por meio da vontade superar o individualismo (HUPPES, 2012, p.49 e 50), contudo, para Nietzsche, os homens sempre agem movidos pelos seus próprios interesses, não existindo assim a questão da identificação com o outro mediando as relações, mas o que existe são as inclinações egoístas e interesses particulares disfarçados, (HUPPES, 2012, p. 51), pois para Nietzsche “aquilo de que sofremos de modo mais profundo e pessoal é incompreensível e inacessível para quase todos os demais”, pois o compassivo nada sabe de toda a sequência de complicações interiores que a infelicidade significa para mim e para você”, ou seja, o que envolve a infelicidade, “a irrupção de novas fontes e necessidades, o fechamento de velhas feridas, o afastamento de passados inteiros” tudo isso não preocupa o compassivo, pois ele só quer ajudar, não sendo capaz de pensar que existe uma necessidade interna pessoal interior, que há tremores, terrores existenciais, “privações e meias-noites”, “riscos e erros tão necessários” em nossa existência como o seu oposto. (NIETZSCHE, 2001, p. 226 e 226, aforismo 338). Assim, em Nietzsche a noção de compaixão precisa passar necessariamente por outra questão, a saber, a amizade; pois só entre amigos é possível a compreensão por inteiro da dor e miséria humana. E só eles, os amigos, podem ter conosco uma esperança em comum.

RECEPÇÕES

Neste ponto, entra a questão da recepção entre Nietzsche e seus leitores. Questão, aliás, que é recorrente em suas obras. Se constituindo algumas vezes como uma verdadeira preocupação do filósofo/filólogo durante sua trajetória. Como os meus escritos e pensamentos estão sendo recepcionados pelos meus leitores? Esta é uma preocupação que aparece de modo claro nas obras de Nietzsche e assim como a maioria dos conceitos pensados pelo autor vai ao longo dos seus textos e obras variando semanticamente em um constante movimento existencial, Eduardo Nasser vai sustentar em seu artigo que é entre a “reunião” de um “leitor que preserva a literalidade do texto” e um “leitor a empreender uma arte de interpretação” é que “fecunda a figura do leitor ideal em Nietzsche”. E ler Nietzsche, neste sentido, se torna interessante por que ao conceituar ele retira as palavras do seu campo semântico habitual e isto provoca/suscita múltiplas reações em seus leitores. E reações das mais diversas/variadas possíveis. Reações, muitas das vezes, provocadas premeditadamente/estilisticamente pelo autor, contudo nem sempre na escrita nietzschiana os conceitos são recolocados ou construídos às vezes até como personagens fictícios, apenas estilisticamente (NIETZSCHE, 2005, p. 8 e 9, aforismo 2); não, pois em Nietzsche a linguagem parece não ter sido inventada para o que realmente importa, (NIETZSCHE, 2008, p. 78, aforismo 26), por que parece que tudo que pensamos realmente se importar é desmoronado após o encontro com a escrita nietzschiana. E com o conceito de compaixão, assim como muitos outros conceitos reconstruídos pelo autor é mais ou menos isto que acontece, são desvalorados/transvalorados.  Assim, a palavra/conceito quando mencionada suscita no ouvinte um tipo de recepção, que pode dialogar ou não com o ponto do qual onde ela partiu, e isto porque a questão da recepção passa por questões complexas referente à aprendizagem, inteligência, a cognição, os processos psicossomáticos que interferem na construção dos pensamentos, além da intersubjetividade linguística, pois são os falantes “que acertam entre si os aspectos da situação” comunicados no mundo.


Utilize o link abaixo para comprar as obras do filósofo e contribua para o crescimento deste canal :)


 REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Inês Lacerda. Do signo ao discurso: introdução à Filosofia da Linguagem. São Paulo: Parábola Editorial, 2004.

__________. Inês Lacerda. Subjetividade e linguagem são mutuamente excludentes? Princípios, Natal, v. 14, n. 21, jan./jun. 2007, p. 83-103.

AUGRAS, Monique. Criatividade e Heurística. Arquivos brasileiros de psicologia aplicada, Rio de Janeiro, ano 4, v. 24, n. 4, p. 15-29, 1972.

LUBART, Todd. Psicologia da criatividade. Porto Alegre, RS. Artmed, 2007.

NASSER, Eduardo. Nietzsche e a busca pelo leitor ideal. Cadernos Nietzsche, São Paulo, v. I n. 35, p. 33-56, 2014.

NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. A Gaia Ciência. Tradução, notas e posfácio: Paulo César de Souza. São Paulo, Companhia das Letras, 2001.

___________. Friedrich Wilhelm. Crepúsculo dos ídolos. Tradução, notas e posfácio: Paulo César de Souza. São Paulo, Companhia da Letras, 2008.

___________. Friedrich Wilhelm. Genealogia da Moral: Uma polêmica. Tradução, notas e posfácio: Paulo César de Souza. São Paulo, Companhia da Letras, 1998.

___________. Friedrich Wilhelm. Humano, demasiado humano. Tradução, notas e posfácio: Paulo César Souza. São Paulo, Companhia das letras, 2005.




[1]  NIETZSCHE, 2001, p. 123-126, Livro II, aforismo 99 “os seguidores de Schopenhauer”. Ver também em Genealogia da moral, aforismo 5 do prólogo, aqui Nietzsche fala abertamente que ao tratar sobre o valor da moral ele tinha que se defrontar sobretudo com seu grande mestre Schopenhauer, pois, no que se referia aos instintos de compaixão que seu mestre havia idealizado por tanto tempo que no final se tornaram valores em si, o valor do “não-egoísmo”.