quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

SOBRE A POLÊMICA ENVOLVENDO MAIS UMA VEZ A CAMPEÃ DO CARNAVAL CARIOCA 2015

COMO ESCREVER ACADEMICAMENTE UM TEXTO DE OPINIÃO? EXATAMENTE; SEI NÃO.
CONTUDO AINDA ASSIM, QUERO DEIXAR REGISTRADA MINHA OPINIÃO.



“Três olhares" (levando-se aqui em consideração o número de escolas dos grupo especial que trouxeram a temática relativa a África para avenida. Temática aliás, que é recorrente estrategicamente pensando no possível título, todos que gostam de assistir os desfilem sabem disso... NÃO SEJAMOS INOCENTES...) sobre a África - e ou parte dela - no carnaval carioca 2015. Um desses olhares venceu, com um desfile belíssimo por sinal. Agora vêem as implicações históricas-políticas-ideólogicas-socias do samba-enredo que foi levado para a avenida. Enquanto folião/foliã, e por razões estéticas, preciso dizer: foi lindoooooooooo ver cada detalhe dos adereços das fantasias luxuosas da campeã!

 “Mas foram pagas com um dinheiro de um ditador!”... Oras o que há de diferente em relação aos outros anos, senão que desta fez... mais uma vez, o artístico e o lúdico no carnaval servil para reforçar negativamente a questão dos direitos humanos em relação aos negros e as complexas representações sociais que os brasileiros ainda alimentam com seus preconceitos? Ah, então vc está dizendo que em nome do artístico no carnaval vale tudo? Não, assim como também não acho que no humor valia tudo. Contudo, me posiciono (enquanto foliã) no sentido de que ACHO (isto não quer dizer que é) uma estupidez e imbecilidade terrível apenas aderir ao discurso dos direitos humanos da negritude – DISCURSO LEGÍTIMO E MAIS QUE URGENTE! – em um comentário nas redes sociais, enquanto se continua totalmente, e, ao mesmo tempo vivendo de modo radicalmente preconceituoso nas relações diárias da vida. 

Parafraseando Jean Wyllyns: em texto publicado em sua página social: https://www.facebook.com/jean.wyllys?pnref=story ...ainda se continua bebendo as cervejas e refrigerantes fabricados pelas grandes multinacionais, vestindo as fantasias made in china e utilizando os mais modernos dispositivos das “TICS” para compartilhar e publicar tudo lindamente aqui no facebook, esta lindeza de rede social. (onde todos são, parece, muitíssimos bem informados!)

Na boa! Se a crítica não é integral, no sentido de trazer, ou ao menos TENTAR trazer para a prática das nossas vivências diárias ao máximo o que tanto defendemos IDEOLOGICAMENTE, é “fake”. Representação caricaturata, não crítica. E perverso, pois neste caso, puro moralismo mascarado, disfarçando-se mais uma vez. E desta, apelando para as lutas de causas digníssimas e importantes.

Contudo, enquanto pessoa/(cidadã?), entre as três escolas, em relação a mensagem político-ideológica exibida na avenida, fico com a mensagem contra o preconceito em favor da liberdade. Esmagou a campeã carioca. Contudo, será que não poderíamos voltar para a dama os mesmos critérios que vem sendo utilizados em relação ao patrocínio da campeã? Quem procura sempre acha, dizem. 

... E só pra constar a escola responsável pelo "terceiro olhar", além de ter sido prejudicada em relação a transmissão global, ainda foi rebaixada para o grupo de acesso :(

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