domingo, 26 de novembro de 2017

“O CORTE ORÇAMENTÁRIO E A ANOMALIA INSTITUCIONAL ME LEVARAM A PEDIR EXONERAÇÃO DO DLLLB”


O primeiro bibliotecário a assumir a gestão do Departamento do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (DLLLB) do Ministério da Cultura (MinC) pediu exoneração antes do prazo previsto do fim da sua gestão. Após nove (9) meses como gestor do departamento ele fala em entrevista a revista eletrônica Biblioo cultura informacional que os motivos que levaram a sua saída foram: "O corte orçamentário contínuo e o estado de anomalia institucional do DLLLB [...]"Sobre a questão das verbas concordamos com a canção de Djavan:

Pra quem vai tanto dinheiro?
Vai pro homem que recolhe
O imposto
Pois o homem que recolhe
O imposto
É o impostor

Agora, gostaríamos muito de conversar com Brayner para compreender o que ele quis dizer por "anomalia institucional", pois tenho vergonha de interpretar a fala levando em consideração meu repertório psíquico em relação a postura de alguns servidores públicos brasileiros. (eu disse alguns, pois sei que existem exceções). Sobre a o modo como o atual Governo Federal vem tratando a cultura no país considero relevante citar abaixo um pequeno trecho da entrevista concedida pelo bibliotecário:

Em menos de nove meses frente ao DLLLB, enfrentei quatro ministros. Marcelo Calero, já em seus primeiros dias frente a pasta, ressaltou o “cenário caótico” e prometeu trabalhar por um “Ministério de entregas, de resultados, de construção, ou, de forma mais apropriada, de reconstrução.” Roberto Freire defendeu a necessidade de “tornar a pasta elemento de inclusão social”, deixando implícita a necessidade de que as ações culturais deveriam privilegiar os mais pobres, os marginais. O cineasta João Batista de Andrade, por sua vez, desanimado com o corte do orçamento, justificou seu pedido de exoneração do seguinte modo: “É um ministério inviável tratado de forma a inviabilizá-lo ainda mais.” E, finalmente, o atual ministro, em sua cerimônia de posse no Planalto, sob os olhares de Temer e Sarney, trouxe à baila a necessidade da recomposição orçamentária, propondo “um pacto pela reconstrução do MinC”. Ora, só se reconstrói o que foi, outrora, destruído.

Por fim  cabe pensar em meio a tamanha falta de consistência política-administrativa é possível sonhar e realizar?

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