sexta-feira, 17 de novembro de 2017

#PraQuemIndico 5: O PEQUENO PRÍNCIPE - PARTE I

Infelizmente na minha infância eu não fui incentivada a ler livros. E talvez eu já seja adulta demais para compreender a mensagem de  O PEQUENO PRÍNCIPE sozinha, visto que para Saint-Exupéry "os adultos nunca entendem nada sozinhos"[1]. Assim, devo imediatamente confessar que, de imediato, a obra não me causou um grande impacto, a não ser pelo que eu chamarei de antropologia-filosófica presente na obra do início ao fim.


Mas, como após todo bom clássico, segue-se um posfácio (e diga-se de passagem, que neste quesito a editora Zahar está de parabéns pela colocação deste nesta edição de bolso), após a leitura do mesmo cheguei ao seguinte pensamento: o sucesso da obra se deveu muito mais pelas percepções e hermenêuticas dos seus leitores do que pelos seus desenhos em si, isto para não dizer pela obra em si, visto que não quero causar. Aliás, pensando bem, o que esperar de um livro escrito por encomenda e ilustrado sobre forte pressão do mercado editorial norte-americano para ser publicado/lançado no natal de um ano difícil da Segunda Guerra Mundial (1942), quando seu escritor se sentia acovardado justamente por estar exilado ao tentar se refugiar dos malefícios deste triste acontecimento da história do homem adulto ocidental?


Bom, não fiquem bravos com a opinião de uma adulta sobre um livro em que o autor pediu desculpas por não tê-lo dedicado a uma criança, "peço desculpas por dedicar este livro a um adulto"[2], mas este é o risco que corremos quando lemos os clássicos, pois eles nunca vem a nós sozinhos. Vem sempre acompanhados por uma multidão de vozes às vezes tradicionais. Contudo, que graça teria a leitura de um clássico se não o desafio de percebe-lo e a coragem de se dizer o que se percebeu?

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O pequeno príncipe


Aguarde, parte II.








[1] SAINT-EXUPÉRY, Antoine. O pequeno príncipe. Tradução: André Telles e Rodrigo Lacerda. Rio de Janeiro: Zahar, 2015, p. 15.
[2] SAINT-EXUPÉRY, p. s/n, dedicatória.



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