domingo, 20 de novembro de 2016

AS INSATISFAÇÕES SOCIAIS COMO PRESSUPOSTOS PRIMÁRIOS PARA OS REGIMES TOTALITÁRIOS





O filme A ONDA – é um drama e ou suspense alemão de 2008, dirigido por Dennis Gansel. Diretor, escritor e ator de cinema na Alemanha, nascido em 1973. É um filme inspirado no livro Todd Strasser, obra de um grande escritor romancista dos Estados Unidos – EUA. E o livro é inspirado em fatos reais ocorridos em uma escola na Califórnia nos EUA em 1967, na cidade Palo Alto.


O fio condutor da trama é a experiência didática pedagógica feita pelo personagem/professor Rainer Wegner. Professor do Ensino Médio que com o intuito de ensinar aos seus alunos sobre os regimes políticos totalitários, e que estando em um ambiente escolar propício para isto, pois a escola tinha como Projeto Político Pedagógico trabalhar os temas dentro de uma proposta diferenciada, ele se envolve em um experimento que poderia levar os seus alunos a compreenderem como algumas características destes governos ainda estão bem vivas nos dias atuais.


Assim, partindo deste fio condutor de possibilidades didáticas estratégicas e também dos questionamentos dos próprios alunos de que não seria possível naquele contexto retratado no filme a ascensão do nazismo/fascismo novamente, o filme problematiza questões como “o poder da unidade”, da “disciplina”, da “força” em momentos ameaçadores. E nos faz problematizar a seguinte questão: como ideologias e propósitos de uma única pessoa ou de certos grupos, em determinados momentos, podem servir como plataformas de manipulação de uma massa tão diversa? Ou seja, o que fez com que o nazismo na Alemanha entre 1934-1945 exterminasse mais de 10 milhões nos campos de concentração? (Bom, quando levamos em consideração que menos de 10 por cento desta dada sociedade era nazista, ficamos ainda mais impressionados.)


Outro aspecto interessante no filme é a questão das personalidades e vivências dos adolescentes e as questões relativas à psicologia social, pois apesar do movimento da onda ter influenciado praticamente toda comunidade escolar, é importante observar por meio do filme a participação de cada um neste processo, começando pelo professor que tinha uma capacidade incrível para envolver seus alunos na atividade proposta, até Tim, aquele aluno que vê na experiência uma possibilidade incrível de ser aceito pelo grupo, o que nunca ocorrera antes em sua vida. E Mona, uma aluna que desde o início se mostra contra o movimento da Onda e lidera um movimento de oposição. 

Um filme que realmente nos faz pensar e problematizar muitas questões pertinentes e presentes à realidade política brasileira na atualidade. E que nos faz perceber o quando as ideologias atreladas às insatisfações coletivas-sociais podem ser um prato potrificado onde se gestam os governos totalitários. 

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