quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

DAS LEITURAS DE HOJE!


Existe uma velha briga na academia, entre os críticos literários, sobre as questões relativas ao processos de leitura. Muitos ainda ficam brigando em torno de questões metafísicas do tipo o que é. Contudo, hoje quero falar sobre algumas leituras que a vida nossa de cada instante nos traz. Quero falar, mesmo sabendo que alguns críticos poderão gargalhar por compreenderem a leitura apenas como um processo de decodificação de códigos. É óbvio que ao registar aqui estas leituras vividas e observadas no meu cotidiano existencial já estou a confessar uma certa aproximação a algumas determinadas tendências teóricas que são basilares em alguns discursos sobre a leitura, e assim necessariamente abro mão de outras tendências...


Pois bem, uma simples caminhada até uma unidade de saúde local foi o suficiente para provocar profundas reflexões, que sei ser "minhas" leituras deste espaço social. Espaço social de lutas diga-se de passagem. Luta, que fica expressa no cartaz de boas vindas anexado na entrada do local. Um trecho do artigo 331 do nosso código penal:


"Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa."

Em outras palavras: SEJAM BEM VINDOS, SÓ QUE NÃO! Enfim, além desta primeira leitura inicial, a postura de alguns profissionais e de alguns usuários destes serviços também me chocaram. Mas, confesso que as atitudes de alguns me chocaram mais que de outros. E isto certamente, porque geralmente esperamos muito mais de quem muito mais estudou. 

É óbvio que isto já provoca muitas outras questões que parecem evidenciar na existência real das coisas, que escolarização num tem muita relação com educação. E aqui abro um parentese para esclarecer que não sou daquelas(es) que defendem que educação se recebe em casa somente. Mas, confesso que possuo uma certa tendência e ou inclinação a compreender o conceito de EDUCAÇÃO a partir de uma perspectiva social profunda que está enraizada mesmo em processos complexos da construção de determinadas sociedades. Assim posto. Preciso continuar...

OS SISTEMAS foram programados para organizar e funcionar. Na cabeça do cineasta roteirista e produtor de "Tropa de Elite", ele é FODA. Contudo, eu sou daquelas que ainda tenho esperanças que ele pode não ser. É utópico? Sim! Mas, depende quase sempre de nós para que saia do mundo das esperanças. Depende de uma ação conjunta dos controladores, programadores e usuários desta rede de interações e conexões existenciais. (eu disse quase)


Voltando aos profissionais, penso que neste processo, e esta é uma leitura minha. Nós podemos quebrar a distopia desta engrenagem, nós os humanos. E quebrar mesmo se necessário a própria engrenagem. O problema maior que percebo por meio das minhas leituras, é que serviço público virou sinônimo de estagnação, acomodação. Um espaço social de trabalho organizado a partir das teorias administrativas burocráticas para não se fazer funcionar conforme a demanda. Um espaço para não se fazer nada, para receber no fim do mês e se aposentar com tranquilidade razoavelmente bem se comparado aos resto dos mortais trabalhadores brasileiros. TRISTE, LASTIMÁVEL. É obvio, que existe uma minoria de servidores competentes nestes locais sendo esmagados por uma maioria insuportável até de observar de longe. Leio a realidade consciente de que as generalizações também não nos levam a nada.

LeItUaS NoSsA dE CaDa DiA dOs NoSsOs InStAnTeS De HoJe. "É PrEcIsO aMaR aS pEsSoAs cOmO sE nÃo HoUvEsSe O aMaNhÃ... pQ sE vC pArAr PaRa" LER :(



Por Márcia Souza



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